Por João da Silva
Desde a COP 15, realizada no final de 2022, em Montreal, as discussões sobre biodiversidade têm se intensificado no mundo dos negócios.
O fortalecimento desta pauta se deu após o acordo histórico estabelecido, em que mais de 190 países validaram o Marco Global da Biodiversidade (Global Biodiversity Framework – GBF).
Este documento reúne 6 grandes objetivos para 2050 e 23 metas globais para 2030, que devem direcionar governos, sociedade civil, empresas e instituições financeiras a agirem para, de forma geral, conter as consequências dos impactos negativos que o atual modo hegemônico de vida humana — e os negócios — trazem para nossa própria sobrevivência.
Estas metas, que incluem medidas relativas à conservação, restauração, poluição, agricultura, direitos de populações indígenas e povos tradicionais, dentre outras, terão consequências diretas ou indiretas nos negócios. Isto porque elas serão desdobradas em questões regulatórias, novas exigências de mensuração de risco e impacto, mudanças em importantes cadeias de valor, e alterações nos esquemas de subsídios e financiamento de setores com alto impacto na biodiversidade.
Nesse contexto, acompanhamos um movimento importante de empresas buscando entender quais seriam os impactos do acordo da COP 15 em seus negócios e, finalmente, como integrar o tema de biodiversidade em sua agenda de sustentabilidade. Para começar essa conversa, apresentamos a seguir quatro metas que devem ter maior impacto para as empresas, independente do segmento de atuação, e em seguida proposições de como sua empresa pode agir desde já.
A primeira meta que destacamos é a Meta 14, que orienta para a integração da biodiversidade nas estratégias nacionais e de todos os setores da economia. Esta visão corrobora com a demanda urgente de integrar o tema nas agendas ESG.
Em seguida, temos a Meta 15, que alerta para a necessidade de as empresas e instituições financeiras mensurarem e reportarem os riscos, dependências e impactos sobre a biodiversidade. Esta medida é essencial para que as empresas entendam o contexto específico do negócio e possam então dimensionar seus compromissos e metas de ação em prol da biodiversidade. Em paralelo, esta medida também é muito importante por permitir, a partir das informações reportadas aos consumidores, a promoção de padrões de consumo mais sustentáveis.
Por fim, temos as Meta 18 e 19, que visam eliminar incentivos e subsídios a setores prejudiciais à biodiversidade, ampliar incentivos positivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, e aumentar os investimentos para a implementação das estratégias de biodiversidade.
Focando mais no impacto na perda de biodiversidade na economia e nos negócios, nos deparamos com a estimativa alarmante do Fórum Econômico Mundial (WEF) de que mais da metade da produção econômica mundial – US$ 44 trilhões de geração de valor econômico, mais de metade do PIB total do mundo
– é moderada ou altamente dependente da natureza e de seus serviços e, portanto, se encontra exposta aos riscos de perda de natureza.
Isso significa que a extinção registrada de 83% dos mamíferos selvagens e 50% das plantas representa um risco significativo para a estabilidade corporativa e financeira mundiais.
Visando mitigar e fazer a gestão destes riscos, observamos uma série de iniciativas empresariais se fortalecendo e trabalhando para incorporar a biodiversidade na agenda dos negócios.
A expectativa é que, ainda neste ano de 2023, tenhamos novas metodologias e parâmetros para incorporar a biodiversidade aos modelos de mensuração e reporte. Nesse sentido, nós ressaltamos duas iniciativas que devem em breve permear as demandas dos negócios sustentáveis:
A TNFD, traduzida como Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras relacionadas à Natureza, propõe uma estrutura para as organizações reportarem como evoluem para reduzir riscos relacionados à natureza. O objetivo é desenvolver parâmetros para guiar relatórios financeiros que considerem os riscos à biodiversidade e capital natural e assim redirecionar os fluxos financeiros globais em direção aos resultados positivos para a natureza.
E a SBTN, Science Based Targets for Nature, pretende fomentar a adoção de metas baseadas na ciência para que as empresas possam evitar e reduzir a pressão sobre a perda da natureza, restaurar e regenerar ecossistemas. A orientação inclui as etapas de avaliar, priorizar, medir e reportar, agir e acompanhar os impactos e dependências do negócio sobre os ecossistemas naturais.
No Brasil, o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) está promovendo um movimento do setor privado para entender os impactos de biodiversidade e implementar metodologias coletivamente, através de uma ação conjunta na Plataforma de Ação pela Natureza.
Diante da emersão do tema de biodiversidade, que traz novas demandas e expectativas, e entendendo que a biodiversidade tem, sim, a ver com o seu negócio, a segunda pergunta que queremos discutir é: como agir?
A primeira meta que destacamos é a Meta 14, que orienta para a integração da biodiversidade nas estratégias nacionais e de todos os setores da economia. Esta visão corrobora com a demanda urgente de integrar o tema nas agendas ESG.
Em seguida, temos a Meta 15, que alerta para a necessidade de as empresas e instituições financeiras mensurarem e reportarem os riscos, dependências e impactos sobre a biodiversidade. Esta medida é essencial para que as empresas entendam o contexto específico do negócio e possam então dimensionar seus compromissos e metas de ação em prol da biodiversidade. Em paralelo, esta medida também é muito importante por permitir, a partir das informações reportadas aos consumidores, a promoção de padrões de consumo mais sustentáveis.
Por fim, temos as Meta 18 e 19, que visam eliminar incentivos e subsídios a setores prejudiciais à biodiversidade, ampliar incentivos positivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, e aumentar os investimentos para a implementação das estratégias de biodiversidade.
Como na Rever gostamos de abordar os contextos pela ótica da oportunidade, nós propomos aos nossos clientes trazer a biodiversidade para dentro da estratégia de sustentabilidade e fortalecer seus compromissos.
Em termos concretos, um projeto como este traz indicações de como uma empresa pode mitigar seus impactos, reduzir seu risco de exposição e agir positivamente pela biodiversidade. Por exemplo, em um projeto liderado pela nossa parceira Utopies com uma empresa de construção civil, o negócio pôde identificar ações claras para agir, como a partir de troca de materiais menos impactantes para natureza, ampliação de áreas verdes nos empreendimentos e uso de soluções que permitem a permeabilidade dos solos, entre outras, além do estabelecimento de metas como a de zerar a conversão de zonas naturais para novas construções.
Para fortalecer o seu negócio é importante contar com pessoas preparadas para apoiá-lo nas transições necessárias, e isso passa pela capacidade técnica, mas, também, pelo acesso às melhores práticas e tendências no seu segmento de atuação.
Nossa equipe está comprometida com o tema de biodiversidade e está oferecendo um acompanhamento para que cada organização possa antecipar as demandas ou conquistar um posicionamento pioneiro que, sem dúvida, fortalecerá os compromissos climáticos assumidos.
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