No Brasil, o foco do gerenciamento de riscos relacionados ao capital natural está vinculado com o combate ao desmatamento e conversão de biomas, que contribuem diretamente para a perda de biodiversidade e aumento das emissões de gases do efeito estufa. Reduzir o desmatamento nas operações é, portanto, essencial para uma boa performance no pilar ambiental da sigla ESG.
No entanto, os números relacionados ao desmatamento no Brasil têm crescido continuamente nos últimos anos. Em 2019 e 2020, o desmatamento na Amazônia alcançou o maior índice em 12 anos, desde 2008. De acordo com dados coletados pelo sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em 2021, até o mês de agosto, foram registrados alertas de desmatamento acima dos 6 mil km² na Amazônia Legal e quase 4 mil km² no Cerrado, os dois principais biomas brasileiros.
Tais números refletem um cenário crítico, o que leva ao nosso momento atual em que tanto se discutem, a nível mundial, práticas cada vez mais sustentáveis a serem adotadas por iniciativas públicas e privadas. Bancos, por exemplo, têm estabelecido compromissos de não financiar empresas envolvidas com desmatamento, e diversos investidores responsáveis pela gestão de trilhões de dólares têm cada vez mais comunicado publicamente a urgência do combate ao desmatamento. O setor financeiro exerce papel fundamental no engajamento das empresas, direcionando-as cada vez mais para a consolidação de cadeias livres de desmatamento e para a adoção de práticas ESG.
Uma avaliação da Forest 500 – iniciativa que tem por objetivo identificar e classificar as empresas e instituições financeiras mais influentes em cadeias de fornecimento de commodities de acordo com os riscos florestais – constatou que 43% das 500 empresas e instituições financeiras que apresentam maior risco florestal ainda não têm compromissos de combate ao desmatamento.
A organização constatou também que 34% das empresas que têm compromissos de zerar o desmatamento e a conversão nas suas cadeias de fornecimento não demonstraram progresso em 2020. Isso dificulta com que instituições financeiras consigam avaliar o avanço das empresas no cumprimento de compromissos de combate ao desmatamento.
Bancos e investidores têm incluído o desmatamento como temática chave na análise de risco socioambiental das empresas em seus portfólios. Entretanto, muitas instituições financeiras não têm a expertise necessária ou tempo disponível para avaliar monitorar e melhorar essas avaliações de risco. Para que haja uma análise sólida dos dados dos clientes, é preciso adotar uma metodologia que avalie as empresas com relação a diferentes critérios operacionais e de gestão de cadeias, os quais são relevantes para garantir um bom trabalho de combate ao desmatamento. Esses critérios devem ir além da avaliação de compromissos e nível de rastreabilidade. É também preciso garantir que a metodologia adotada compare os resultados entre diferentes empresas e verifique evidências para garantir que as respostas dadas pelas companhias estejam alinhadas com a realidade.
Como reduzir riscos associados ao desmatamento e identificar oportunidades de negócios?
A Rever aplica uma abordagem que oferece às instituições financeiras os meios necessários e confiáveis para avaliação do risco da cadeia de suprimentos de seus clientes. Além de uma análise de riscos sólida, a abordagem auxilia, por meio de indicadores estruturados, o engajamento entre instituições financeiras e seus clientes para o combate ao desmatamento. Nossa abordagem consiste em:
-
Avaliação das práticas de combate ao desmatamento e evidências de empresas investidas, com base em critérios setoriais;
-
Resumo dos resultados para instituições financeiras com destaque aos principais pontos de melhoria para engajamento; e
-
Seleção de indicadores estruturados para acompanhar o progresso das empresas.
Essa integração de indicadores estruturados aos serviços financeiros permite com que sejam atrelados benefícios ou penalidades de acordo com seu cumprimento, incentivando as empresas clientes a cumprirem com boas práticas de combate ao desmatamento.