Poderia um negócio ser sustentável sem alterar suas ofertas? Nos últimos anos, temos visto cada vez mais empresas adotando estratégias de sustentabilidade e avançando sobre iniciativas importantes, mas que muitas vezes se limitam a uma abordagem defensiva e focada em prevenção de riscos e redução dos impactos negativos.
Esta abordagem não inclui a ambição de transformar a atividade da empresa, excluindo das reflexões a oferta, a natureza dos produtos, a estratégia comercial e posicionamento da marca.
O desafio, e ao mesmo tempo a grande oportunidade para as empresas, está em ir além da minimização de impactos negativos e maximizar seus impactos positivos com o objetivo final de ampliar a sua oferta responsável.
É verdade que em diversos setores vemos cada vez mais aparição de linhas “verdes” ou “responsáveis”, mas estas continuam sendo apenas ofertas dedicadas a um nicho, sem uma estratégia ou esforços comerciais para atingirem um público mais amplo e não apenas consumidores conscientes privilegiados (muitas vezes dispostos a pagar mais por isso).
É essencial que as ofertas responsáveis façam parte da estratégia de sustentabilidade da empresa, de forma alinhada às ambições do negócio, só assim uma real transformação poderá se concretizar.
Empresas que de fato integraram a sustentabilidade em seu negócio estão comprometidas com a transformação de suas ofertas e estabeleceram metas importantes de transição de seus portfólios.
A Alpargatas se comprometeu a atingir 60% de uso de matéria prima renovável e/ou reciclada no portfólio de produtos até 2030. O processo se dará por meio da revisitação das matérias-primas atuais, pesquisa e desenvolvimento em novas tecnologias e demais medidas necessárias. Veja mais sobre a Estratégia de Sustentabilidade da Alpargatas.
A Lojas Renner atingiu em 2021 81,3% dos produtos de vestuário vendidos com Selo Re Moda Responsável, que contam com matérias primas certificadas que respeitam as leis ambientais, as questões trabalhistas e o uso controlado de agroquímicos. Veja mais sobre o Selo Re.
Essa tendência não é exclusiva do setor da moda, a Genova, por exemplo, uma das maiores empresas de frutos do mar dos Estados Unidos, tem como compromisso a garantia de origem dos pescados. Para garantir esse compromisso, a empresa conta com uma plataforma de rastreabilidade onde os consumidores podem consultar a jornada do pescado, desde o momento da pesca até a gôndola do supermercado. Consulte o QR Code da imagem abaixo para acessar a plataforma.
Estas empresas concretizam com a criação de selos ou uso de QR para valorizar os atributos de sustentabilidade dos produtos e serviços, pautando-se em referenciais com critérios ambiciosos. Estes selos engajam o consumidor e guiam suas escolhas de compra, além de trazerem transparência e credibilidade.
A importância de apoiar os selos em um referencial sólido
Para garantir a adesão às essas iniciativas, é essencial estabelecer um padrão que sirva como referencial e que endereça as questões socioambientais mais relevantes. O referencial também ajuda a responder aos questionamentos recebidos dos stakeholders mais críticos.
Compartilhando a experiência da Rever
A Rever utiliza a metodologia desenvolvida por sua parceira, a consultoria francesa Utopies, que é pioneira na criação de selos de sustentabilidade. Este trabalho consiste em:
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Análise de portfólio: processo de construção colaborativa que envolve entendimento das perspectivas internas de evolução do portfólio, em alinhamento com a estratégia de sustentabilidade da empresa, e benchmarking sobre os atributos de sustentabilidade das ofertas do segmento. Identificação de questões materiais por categoria de produto, desafios chaves que o referencial pode endereçar e alavancas para o sucesso do projeto.
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Consulta a stakeholders externos: validar os critérios de sustentabilidade para utilização no referencial através de consultas a partes interessadas externas, para garantia de credibilidade e transparência.
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Desenvolvimento do referencial: estabelecer critérios de atributos sustentáveis baseados nas descobertas das etapas anteriores, combinando selos e certificações externas com padrões definidos internamente. Desta forma, é possível customizar seu referencial e conectá-lo à estratégia de sustentabilidade da empresa e aos objetivos do negócio.
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Plano de implementação: estabelecer a governança do processo, com indicadores para gerenciamento da evolução do portfólio e para que o progresso seja reportado para os consumidores e observadores externos.
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Apoio go-to-market: transmitir os elementos chave do referencial à equipe de comunicação que preparará o lançamento do selo e definirá a estratégia de valorização das ofertas responsáveis e engajar os consumidores nos canais de vendas.
Veja abaixo os destaques do referencial e selo da loja de departamentos francesa, Galeries Lafayette, desenvolvido com o suporte da Utopies.