Saúde Mental na Agenda ESG e de Direitos Humanos

Por João da Silva

28
setembro, 2021

O entendimento e discussão sobre a saúde mental cresceu nos últimos anos e foi acelerado pela pandemia da Covid-19. Muitas pessoas passaram por desafios relacionados à saúde mental, seja pelo contexto de incertezas, por enfrentarem a perda de pessoas próximas, pelo distanciamento social ou pelas dificuldades econômicas.  

Definida pela  Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doenças e enfermidades, a saúde mental permite que o indivíduo consiga lidar com os problemas naturais da vida, tenha produtividade no trabalho e seja capaz de contribuir para a sua comunidade. 

Múltiplos fatores estão envolvidos na manutenção dessa estabilidade, como fatores de ordem social, psicológica e biológica. Mudanças rápidas, condições estressantes de trabalho e convívio, discriminações (por gênero e raça, por exemplo), exclusão social, estilo de vida insalubre, doenças físicas, violações dos direitos humanos, distúrbios de personalidade e fatores genéticos estão entre as principais causas de impactos na manutenção da saúde mental.

Para vermos algumas estatísticas que ilustram a relevância do tema no contexto nacional, de acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos, 53% dos brasileiros relataram que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. Outro estudo, realizado pela Fiocruz em parceria com universidades, constatou que 40% da população adulta brasileira se sentia afetada por sentimentos frequentes de tristeza e depressão em meados do ano de 2020. Tais números atestam a urgência da temática da saúde mental, já que no Brasil são registrados mais de 13 mil suicídios anualmente.

Questões referentes à saúde mental dos colaboradores passaram a receber mais destaque dentro das práticas de sustentabilidade das empresas e tornaram-se item essencial para o avanço de suas agendas ESG e de Direitos Humanos. Componente fundamental do

bem-estar geral dos colaboradores e com impacto direto nos níveis de engajamento e produtividade além dos custos despendidos com afastamento e tratamento, a preocupação com a saúde mental vem ganhando espaço em um movimento crescente de revisão da qualidade do ambiente de trabalho – salários e benefícios, combate a assédio e discriminação, equidade, qualidade dos relacionamentos interpessoais, capacitação das lideranças, carga de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, dentre outros. Na perspectiva dos Direitos Humanos e oportunidade de geração de impactos positivos, integrar a saúde mental na agenda de negócios contribui diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – especificamente o ODS 3 “Boa Saúde e Bem-Estar”. 

O Movimento #MenteEmFoco é uma iniciativa da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. O projeto convida empresas e organizações brasileiras a reconhecer a importância da saúde mental no ambiente de trabalho e a agir em benefício de seus colaboradores e da sociedade como um todo para combater o estigma e o preconceito social ao redor do tema. Para ver os atuais parceiros da iniciativa e entender o papel que organizações podem ter nesse movimento, veja a página oficial neste link.

Empresas de diferentes áreas de atuação têm analisado o volume de horas trabalhadas, o nível de pressão por resultados e como tem sido a interação dos colaboradores com a liderança. Nesse sentido, um levantamento realizado pelo LifeWorks Metal Health Index apontou que trabalhadores que tiveram um suporte da companhia para a saúde mental durante a pandemia tiveram melhores resultados do que os que não encontraram o mesmo apoio em outras corporações. Além disso, no mesmo estudo, cerca de 76% dos entrevistados disseram que este suporte é fundamental quando surge a dúvida em pedir demissão ou continuar em seus postos.

Entre as medidas que podem ser adotadas pelas empresas estão abrir espaços de discussão sobre o tema, conscientizar as lideranças, oferecer ajuda aos que necessitam de apoio, além da avaliação e transformação da rotina, cultura e organização do trabalho. Outra importante medida é a adesão a campanhas nacionais como a do Setembro Amarelo ou, mais focado no mundo empresarial, o movimento #MenteEmFoco.

Por ser um tema ainda muito cercado de estigmas e preconceitos, iniciar conversas entre os colaboradores e falar sobre o assunto corporativamente de forma aberta é imprescindível. Fazendo isso, a empresa conseguirá, aos poucos, cultivar um espaço seguro e de acolhimento para os colaboradores, tanto no sentido de prevenção quanto no de tratamento de questões relacionadas à saúde mental. Além disso, disponibilizar um profissional de saúde como um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra para ouvir e orientar os colaboradores, criar redes de apoio em pequenos grupos de conversa, determinar encontros ou pesquisas voltadas a ouvir como as pessoas estão se sentindo, realizar ações contínuas de comunicação e conscientização e realizar projetos de promoção da saúde são outros exemplos de iniciativas extremamente positivas. 

Na Rever, especialmente com a recente transição para o modelo de trabalho remoto, abrimos espaços para falarmos entre nós sobre os impactos da pandemia na nossa saúde mental, implementamos um programa de promoção do bem-estar em parceria com o Pé de Feijão e desenvolvemos um guia com dicas para cuidarmos do nosso bem-estar nesse novo contexto. 

Caso entenda a relevância do tema para o seu negócio e queira avaliar sua gestão na perspectiva dos Direitos Humanos, conte conosco!

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