Como cumprir com as novas demandas do mercado por Cadeias Livres de Desmatamento
Por Joseph Sellwood e Pablo Fuentes
8
agosto, 2018
Está acontecendo um movimento global na direção de cadeias sustentáveis
Em outubro de 2017, 23 empresas globais, incluindo Ahold Delhaize, Marks & Spencer, Tesco, McDonald’s, Unilever e Walmart assinaram o Statement of Support (Declaração de Apoio, em tradução livre) do Manifesto do Cerrado, uma chamada à ação direcionada para empresas e investidores em defesa do Cerrado brasileiro contra o desmatamento. No Fórum Mundial Econômico (WEF), em janeiro deste ano, o número de empresas signatárias chegou a 62. Atualmente, mais de 70 empresas líderes nos setores de agroindústria, alimentos e bebidas, finanças, bens de consumo, varejo, serviços alimentícios, além de grupos de investidores, fazem parte deste movimento que não para de crescer. Se a pressão dos líderes do setor não é o suficiente, o maior importador de soja, carne e seus derivados, a China, também já começou a demandar de seus fornecedores globais ações para combater o desmatamento.
O principal desafio atual gira em torno de como colocar em prática compromissos assumidos
Esta é uma dificuldade para muitas das 447 empresas globais que já têm compromissos de zerar o desmatamento ao longo de suas operações. O que complica ainda mais a situação é muitas terem como prazo o ano de 2020 – ou até mesmo antes. É praticamente amanhã de manhã!
Especialistas apontam que o que falta para muitas é uma maior clareza e transparência sobre seus planos de ação. Um plano claro e concreto que guie como a empresa pretende atingir objetivos e ajustar-se à nova demanda do mercado é exatamente o que está sendo demandado por novas legislações internacionais, como a lei “Dever de Vigilância das Multinacionais” da França, que requer um “Plano de Vigilância” sobre riscos socioambientais.
Mesmo que as ações estipuladas no plano ultrapassem os prazos estabelecidos no compromisso, o seu desenvolvimento e comunicação demonstram como a empresa está seguindo as medidas necessárias para reduzir os riscos ao negócio e também para atender às novas demandas de mercado. Essa transparência na divulgação das ações sendo empreendidas garante a credibilidade da empresa mesmo que o prazo exato do compromisso não seja atingido.
Então, o que uma empresa deve fazer para atingir tais compromissos e se posicionar perante à sociedade?
Buscando apoiar empresas a construir cadeias livres de desmatamento no Cerrado, Amazônia e Chaco, a WWF, juntamente com a TNC e a NWF, financiadas pela Fundação Gordon e Betty Moore, desenvolveram a Colaboração para Florestas e Agricultura (CFA), uma iniciativa colaborativa que oferece conhecimento e suporte técnico às empresas.
Para auxiliar na criação e gestão de cadeias de suprimento sustentáveis, a CFA, juntamente com a Rever e com a BSR, desenvolveu um guia para as empresas elaborarem seus próprios Planos de Cadeias Livres de Desmatamento. O guia – que pode abordar diversos outros temas críticos na gestão da cadeia da empresa (ex.: água, direitos humanos, etc.) – faz uma avaliação do nível de maturidade das ações da empresa e fornece orientações práticas de como impulsionar seu programa de gestão sustentável da cadeia de fornecimento. O guia avalia e orienta as empresas nas seguintes dimensões:
Dimensões internas: escopo, estrutura, governança e gerenciamento do programa de cadeia de suprimentos sustentável.
Dimensões externas: como a empresa se relaciona com fornecedores e como colabora e relata seus avanços.
A partir da avaliação destas dimensões, o guia apoia as empresas a elaborarem um plano que contenha ações concretas e práticas que as levem na direção do compromisso estabelecido e o ultrapassem, incluindo não só os requisitos mínimos necessários, mas também as melhores práticas de mercado.
Isto se aplica não só na atuação interna da empresa, mas também na sua atuação junto a partes interessadas externas, como colaboradores, especialistas, agências, empresas de tecnologia, investidores, etc. Com o plano, a empresa identifica onde mais precisa de apoio para avançar e também os parceiros chaves que a apoiarão em cada um destes elementos específicos.
Ao aplicar o jogo, um assunto aparentemente distante do dia-a-dia tornou-se divertido e mais simples de ser compreendido. Logo no início, a ideia de que seria mais um workshop monótono deu lugar à empolgação. O espírito competitivo e descontraído deu ritmo à dinâmica e à geração de novas ideias. No final da aplicação do game, os mesmos objetivos de um dia de workshop tradicional foram atingidos: geração de conhecimento acerca de determinado assunto, geração de novas ideias e engajamento dos colaboradores.
Planos de Cadeias Livre de Desmatamento: uma realidade já presente no Brasil
Duas empresas líderes globais, uma do setor varejista e outra de restaurantes, já estão aplicando o guia e planejam convocar seus fornecedores até o final de 2018 para também desenvolverem seus Planos de Cadeias Livre de Desmatamento.
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